Boletim SINEPE/NOPR – 03 de outubro de 2017
Boletim SINEPE/NOPR – 03 de outubro de 2017.
Profissionais com cursos técnicos têm renda 18% maior
Pesquisa encomendada pelo Senai diz que profissionais que fizeram cursos técnicos têm, em média, um acréscimo na renda de 18%. O dado compara pessoas com perfis socioeconômicos semelhantes que concluíram apenas o ensino médio regular. Na Região Nordeste, a diferença na renda é ainda maior, chegando a quase 22%. De acordo com a pesquisa, o acréscimo na renda dos profissionais com curso técnico chega, em média, a 21,4% nas regiões Norte e Centro-Oeste e a 15,1% no Sul e Sudeste.
Renda de um a dois mínimos
A maioria dos entrevistados tem entre 25 e 44 anos (50,3%) e a maior fatia (75%) se situa nas faixas médias de renda (de um a dois salários mínimos, chegando a ganhar R$ 1.874). Essa renda corresponde a 44,48% entre aqueles que nunca frequentaram cursos de educação profissional, segundo o Senai. Já entre as pessoas que fizeram cursos de graduação tecnológica, os homens representam 56,5% do total. A maioria, 64,9%, se autodeclara branca e 97,7% moradora de áreas urbanas, especialmente de regiões metropolitanas. A maior parte tem entre 25 e 34 anos (38,4%) e 50,6% está nas faixas de renda de um a três salários mínimos. UOL
Educadores criticam ensino confessional nas escolas públicas
A decisão do STF permitindo que as escolas públicas ofereçam ensino religioso confessional e que as aulas sejam ministradas pelo representante de apenas uma determinada crença gerou polêmica. Educadores argumentam que a medida permite que continue havendo proselitismo nas escolas. Por outro lado, algumas denominações comemoraram a decisão. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) prevê que haja oferta do ensino religioso na etapa fundamental — ainda que a matrícula seja facultativa — mas não determina como a disciplina deve ser conduzida: há apenas a ressalva de que são vedadas quaisquer formas de proselitismo.
História das Religiões não tem obstáculos
Com a decisão do STF, fica liberado o ensino confessional, mas a escolha da religião lecionada fica a cargo do poder público. E não há obstáculo a instituições que optem por aulas sobre a história das religiões. A maioria dos ministros ponderou que a religião tem papel importante na sociedade brasileira. E, como as aulas são facultativas, ninguém seria obrigado a se matricular em uma matéria com conteúdo contrário às suas crenças particulares. Assim, o respeito à diversidade religiosa estaria garantido.
Contra o credo específico
A presidente-executiva do Movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, também lamentou a decisão e defendeu que o ensino religioso seja ministrado sob uma perspectiva plural: — Podemos potencializar a liberdade religiosa e o sincretismo com um ensino que reconheça o papel da religião, mas não com a pregação de um credo específico. Quando a escola escolhe uma religião para ensinar, toma um partido. E isso pode ser bem complicado. Fonte: O Globo
Táticas de doutrinação
A cidade de Jundiaí (SP) aprovou o projeto de lei da Escola Sem Partido. Em dezenas de municípios e no Congresso Nacional, projetos semelhantes estão em tramitação. A doutrinação – ou aliciamento intelectual – já foi diagnosticada em outros países. Um livro de referência sobre o tema é Maquiavel Pedagogo, escrito pelo francês Pascal Bernardin e publicado em 1995. A obra explica algumas técnicas de manipulação psicológica usadas por professores, com ou sem o respaldo das bases curriculares, para provocar mudanças comportamentais nos alunos.
Dissonância cognitiva
No centro das técnicas de manipulação está a dissonância cognitiva: confrontado com duas ideias, valores ou sentimentos que não podem coexistir de forma harmônica, o estudante tende a modificar um deles. Bernardin explica desta forma o conceito de dissonância cognitiva: “Se um indivíduo é levado a cometer publicamente (na sala de aula, por exemplo) ou frequentemente (ao longo do curso) um ato em contradição com seus valores, sua tendência será a de modificar seus valores, para diminuir a tensão que lhe oprime”. É, na prática, uma forma de modificar as opiniões por meio do comportamento. Conheça cinco técnicas dissecadas por Bernardin.
Submissão à autoridade
É o que comprovou o célebre experimento psicológico de Stanley Milgran: estudantes foram induzidos a acreditar que os participantes de um teste estavam sendo submetidos a choques elétricos. Mas, orientados pelos seus superiores a não interromper a prática, a maioria deles foi adiante. O experimento foi replicado diversas vezes, com conclusões parecidas: se estimuladas da maneira certa, as pessoas farão quase qualquer coisa quando acreditam que estão seguindo ordens superiores.
Pé na porta
Esta tática consiste em atribuir tarefas que vão aumentando gradativamente de complexidade até atingir o objetivo adequado. Em vez de partir diretamente para o objetivo final, o que poderia causar uma rejeição, a estratégia é começar com pedidos simples e, passo a passo, exigir missões mais elaboradas. Como o estudante já se comprometeu com a “causa” anteriormente, tende a aceitar.
Porta na cara
Neste caso, a estratégia é pedir algo absurdo, irrealizável, para ouvir um “não” e depois fazer um segundo pedido – este, sim, aquilo que se deseja obter de fato. Em face da solicitação absurda, a tarefa apresentada em seguida parece mais razoável, mesmo que não seja. Isso aumenta a chance de convencimento.
Prova iniciativa
A lógica é simples, e foi comprovada em pesquisas: quando alguém é induzido a praticar um determinado ato com o qual não concorda por inteiro mas aceita fazê-lo, passa a mudar sua visão sobre a prática em questão. Para reduzir a dissonância cognitiva, o participante – ou vítima – tende a passar a tratar como aceitável aquilo que praticou.
Dramatização
É fazer o aluno representar o papel que se pretende convencê-lo a adotar. Um exemplo são as atividades em que os estudantes se vestem como um membro do sexo oposto (como nesta escola de Alagoas), o que tende a reduzir a resistência para tal – não porque a prática combate o preconceito, mas porque as pessoas costumam justificar seus atos de forma a evitar constrangimentos maiores. Fonte: Gazeta do Povo
Brancos usam cota para negros e entram em Medicina
Dezenas de brancos estão ingressando no curso de medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), um dos melhores do país, fazendo uso fraudulento do sistema de cotas da instituição, criado em 2009. A queixa parte de alunos e é endossada pelo movimento negro e pelas entidades estudantis. A universidade diz estar ciente de possíveis desvios em seu programa de ações afirmativas e, após ser procurada pela Folha, informou que vai aperfeiçoar o sistema de cotas e investiga denúncias que foram oficializadas.
Cabelos loiros, pele os olhos muito claros
O caso mais inquietante entre a comunidade acadêmica é do calouro Vinicius Loures, 23. Embora ele tenha se autodeclarado negro na inscrição, chamam a atenção seus cabelos loiros e a pele e olhos muito claros. Além disso, Loures, que já fez trabalhos como modelo publicitário, não teria nenhuma relação social e cultural com a realidade negra. Procurado, ele se limitou a dizer que “sobre esse assunto, não tenho nada a declarar”. (Folha de S.Paulo)
Alunos podem participar de expedição científica
Estudantes do ensino médio e superior de todo o país podem participar de uma expedição científica em alto-mar. Basta que escolas e instituições de educação superior agendem, gratuitamente, uma conferência virtual com a agente de divulgação brasileira Cristiane Delfina, que está a bordo do navio de pesquisas Joides Resolution, pela Expedição 369, na Austrália. Por meio das chamadas de vídeo, os estudantes poderão, entre 1º de outubro e 25 de novembro, conversar com os cientistas a bordo, conhecer o navio e aprender como são realizadas as pesquisas longe da terra firme.
Expedição perfurará o solo do oceano Índico
As escolas e instituições de educação superior interessadas devem ter um computador com programa apropriado para fazer a chamada, uma webcam com microfone, caixa de som e internet de boa qualidade. A Expedição 369 – que ocorre de 26 de setembro a 26 de novembro –perfurará o solo no oceano Índico para possibilitar estudos sobre as camadas de sedimento do período cretáceo e fará análises dos movimentos oceânicos. A bordo do navio estão cerca de 120 pessoas, sendo 33 cientistas. As instruções para o agendamento da conferência podem ser acessadas na página eletrônica do programa. (Assessoria de Comunicação Social MEC)
Maringá, 03 de outubro de 2017.
Assessoria de imprensa SINEPE/NOPR